Sofismamos e utilizamos aparentes silogismos para, com recursos lógicos bem discutíveis, vencer disputas surdas. Naturalmente supomos que nossa interpretação é a correta, porém isso não implica em que o “outro” esteja errado. Pontos de vista não são necessariamente excludentes e não só podem como devem coexistir.
Infelizmente os pressupostos de nossas conclusões lógicas são predisposições emocionais que na maioria das vezes preferimos negar e definimos como “a verdade”, o que implica em que conclusões diferentes das nossas sejam tomadas como erradas/falsas.
Vamos ver como isso se dá através da tela de Willian Bouguereau
“Primeiro Beijo” de 1873. Algumas das diversas interpretações possíveis (que indicam diferentes predisposições emocionais):
- A inocência – a pureza angelical do beijo infantil.
- O puro carinho (ausência de maldade/sexo).
- O instinto masculino de maior iniciativa e o recato feminino.
- O instinto masculino (sexual) e a negação feminina.
- A busca masculina: desejar – e a recusa feminina: negar -.
- O positivo masculino: anjo, querer, beijar – e o negativo feminino: o mal (asas não são de anjo (e sim a eloquente borboleta)), negação, afastamento.
- O negativo masculino: invadir, impor – e o positivo feminino: esquivar sem machucar -.
- Masculino e feminino: naturezas diferentes e a impossibilidade de entendimento.
Essas diferentes visões indicam diversos “mundos” emocionais que estão sendo vivenciados e podem estar impregnando o relacionamento, determinando o quão gratificante (ou não) ele é.
(Tem uma interpretação diferente? comente no espaço abaixo.)
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