No Catavento, em São Paulo, há inúmeros experimentos curiosos; entre eles está o engenho da fotografia ao lado. São dois grandes carretéis colocados um sobre o outro em um eixo central. O experimento consiste em pegar o carretel superior e levantá-lo, mantendo-o no alto por alguns segundos. Em seguida pegar o carretel inferior e levantá-lo também, levando o carretel superior junto. A constatação: é mais fácil (mais leve) levantar os dois carretéis que um único!
Naturalmente isso é absolutamente ilógico, mas… essa é a sensação. No texto do experimento há a explicação do porquê nosso cérebro nos engana. Bem, não é o nosso cérebro e sim nossa mente.
O carretel superior é pesado (talvez uns dois quilos ou mais) e com isso nossa mente “calcula” a força que deveremos fazer para levantar os dois carretéis = 4 quilos. Acontece que o carretel inferior é igual ao superior apenas na aparência e não no peso: ele é bem leve. Como nossa expectativa é de levantar quatro quilos e levantamos uns 2 quilos e alguns gramas, parece-nos que o peso dos dois carretéis que levantamos é menor que o peso de um só. O peso dos dois carretéis é sim menor que nossa expectativa.
Freqüentemente ouço: – Não estou mentindo. – Não estou querendo enganar. – Não estou me enganando. – Sou desatento ou seletivo? – Não disse isso para magoar. – Não era minha intenção.
É verdade, porém acreditamos cegamente em nós mesmos, como se fôssemos uma máquina perfeita e, na verdade, nossos sentidos (visão, audição, paladar, olfato, tato) e também nosso julgamento (mente) nos enganam como mostra o experimento exposto no Catavento.
No âmbito das relações isso acontece com freqüência. Nossos sonhos podem definir expectativas em relação ao comportamento do outro e não só não comunicamos ao outro o nosso sonho como também não trabalhamos para que ele se realize.
Nas relações que perduram por mais tempo surgem também muitos desentendimentos, decepções, o que nos leva a atribuir ao outro o motivo de não realizarmos nossos sonhos. É o outro que nos poda, nos bloqueia, nos cerceia, nos deprime, nos magoa, nos atrapalha. O outro é o motivo do nosso insucesso.
É comum que, com o tempo, esperemos que o outro se comporte da maneira que não queremos. Veja: esperamos o que não queremos e podemos dizer então que contribuímos para que o outro faça o que não queremos:
-Nem vou convidar porque ele(a) não vai querer ir! – com isso não vamos e acreditamos que é porque o outro não quer ir! Já sabemos o que nos espera: sempre o pior. Não é assim que conseguiremos construir e fazer com que nossos sonhos se tornem reais.
É preciso rever: quais são nossas expectativas em relação ao nosso par (ou filho, chefe, empregado, etc.)? É preciso conhecer a si mesmo para evitar cair nas armadilhas que nós mesmos construímos.
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