Companheiro(a) ou investigador? Parceiro, cúmplice ou algoz?
A relação afetivo-sexual duradoura ao invés de amorosa pode se encaminhar, lenta e imperceptivelmente,para uma relação na qual o sentimento de insatisfação se instala e comportamentos de retaliação à fonte do “desamor” sentido, define o que todos conhecem como “guerra conjugal”, expressão herdada da nossa dramaturgia.
Para evitar que isso ocorra (nosso medo), evita-se o casamento como se a culpa fosse dele (e não nossa!).
Da mesma forma nos separamos, como se a culpa fosse do “outro” (e não nossa!).
Em uma primeira leitura podemos entender sim que isso é possível já que, sem o oponente não há guerra. A falha está em considerar que a pessoa “x”, com quem nos relacionamos, é a fonte da tal “guerra”; não é. A “fonte” é o tipo de relação que estabelecemos com o “outro”, seja ele quem for!
Também nos é confortável pensar (em nosso natural egoísmo) que… “bem, a pessoa com quem me relaciono não é capaz de aceitar uma ou outra de minhas deficiências relacionais e uma outra pessoa pode ser capaz” – sim, é possível porém essa outra pessoa poderá aceitar essa deficiência específica e não conseguir suportar uma outra que “a pessoa” anterior conseguia aceitar. Resumo: tudo continuará “como d’antes..”.
Essa é uma questão que representa a base das dificuldades relacionais; é complexa e não é possível tratá-la em um pequeno texto como este. Voltemos então ao que é possível numa leitura simples como esta: você se comporta como um juiz? Como um investigador? Como algoz?
Na relação amorosa nenhum desses deve ser o seu papel principal e sim o de companheiro, par, aliado. Vamos tentar?
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