Castelos Invisíveis

Lentamente e com a maturidade nosso castelo vai se delineando. Com o tempo (idade) vamos (re)conhecendo nossos sonhos e vislumbrando nosso castelo, na maior parte dos casos, individualmente. No início de uma relação não percebemos a importância disso porque sequer sabemos da existência desse castelo. A esmagadora maioria dos jovens desconhece seus sonhos, seus desejos e não pode, por isso, escolher o par apropriado para construir um castelo que seja coerente com seus desejos.

Por que iniciamos uma relação? A resposta mais correta talvez seja: – “Porque sim!”.

As mulheres mais freqüentemente conseguem estabelecer o vínculo relação-família; os homens, em sua maioria, nem isso (e por isso o choque diante de uma gravidez).

Um castelo, no entanto, é cheio de detalhes: pórticos, pontes elevadiças, salões de festas, escadarias, quartos de banho, lustres, tapeçarias, sem mencionar as passagens secretas, masmorras, torres, etc..

Concretamente:

• ambos trabalham
• trabalharão?
• Carreira?
• Carreira no exterior?
• Ambos?
• Casa ou apartamento?
• Babá ou escolinha?
• Avós?
• Religião?
• João ou Maria?
• Viagens?
• Televisão e chinelo?
• Almoço de domingo?
• Onde a roupa suja?
• Roupa molhada?
• e a clássica: como apertar a pasta dental?

Nos contentamos em “estar juntos”, vitimados pela paixão (ou amor), sem consciência de que, depois da flecha do cupido, há um grande trabalho de projetar e iniciar a construção de um castelo que atenda aos sonhos de ambos e seja construído a quatro mãos (já citei que esse castelo só pode ser construído a quatro mãos – que fique bem claro – constrói-se a duas, seis mãos, porém não será “o” castelo).

Por outro lado “todos os casamentos são feitos no céu” e isso quer dizer que o relacionamento iniciado por uma atração inexplicável, pressupõe afinidades que permitam a construção de um castelo a quatro mãos, que atenda os desejos de ambos. Isso resolve tudo? Não, porque um casamento “feito no céu” pode se desenvolver e estagnar em dia-a-dia que é um “inferno”. A paixão e o amor não garantem um relacionamento amoroso!!! O relacionamento amoroso é construído. Construí-lo requer conhecer os próprios sonhos, conhecer um pouco dos sonhos do(a) companheiro(a), brigar pelos nossos desejos e ceder – na medida certa.