The Devil’s Advocate, 1997, de Taylor Hackford, com Al Pacino, Keanu Reeves, Charlize Theron, Jeffrey Jones, Judith Ivey.
Grande filme de um grande livro. O filme, pela intensidade dos estímulos visuais, tende a nos levar às interpretações sobrenaturais e religiosas. Neste contexto, no entanto, convido para uma análise cética, dentro dos limites do que nossa experiência pode verificar. Naturalmente não estou desvalorizando a crença individual, mas sugerindo uma leitura que nos forneça dados sobre nosso cotidiano do relacionamento interpessoal.
O filme é muito rico e mesmo limitando nossa visão à experiência prática, encontramos inúmeros pontos a considerar como, por exemplo, a questão do “livre arbítrio”. É bastante frequente que em nosso relacionamento afetivo alimentemos relações insatisfatórias, desgastantes, ásperas, destrutivas, e justifiquemos as nossas atitudes através do comportamento do nosso par: “Fiz isso porque ele(a) fez…”, como se o outro determinasse nosso comportamento. “Esquecemos” (convenientemente) que devemos agir como se fôssemos os protagonistas do nosso relacionamento. É dessa forma que o personagem de Keanu Reeves age, recebendo os benefícios da sua relação com Al Pacino, e com a benesse de pensar: – “o que estiver errado é culpa dele”. Não é. É nosso dever fazer escolhas e ter atitudes coerentes com nossas crenças, valores, desejos e objetivos.
Na relação afetiva, excluindo os aspectos sobrenaturais, podemos ver como a esposa, interiorana e “esquecida” pelo marido, pode desenvolver depressão e pensamentos persecutórios. Ele, por outro lado, envolvido com as coisas da megalópole e com a “vanguarda” e progresso profissional, não tem olhos para o mundo afetivo-emocional que a esposa demanda. Ah, não podemos esquecer a ambição; se desejamos algo materal e objetivo, ao alcançarmos podemos esperar a felicidade?
Assista e converse com seu par: onde, quando, como iniciamos nosso distanciamento?
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