Estes textos se entrelaçam, se abraçam. Este tema já foi tangenciado em diversos outros como “Decepção, Depressão, Impotência”, “Contato Emocional – Intimidade”, “O Amor Acaba ou Não?”.
Vamos detalhar um pouco mais a desilusão que gera o afastamento e eventualmente o fim de um relacionamento.
Relacionamentos amorosos se iniciam normalmente na adolescência, sempre com alguma dose de ingenuidade. Vamos nos lembrar que raramente antes dos 21 anos o cérebro está completamente formado. Ainda em desenvolvimento, o “pré-frontal” nos confere mais ousadia, pela falta de uma avaliação correta dos riscos e suas consequências. Em função disso, mais o impulso instintivo, podemos nos atirar intensamente em um relacionamento = paixão.
Na paixão oferecemos tudo ao outro e não por não haver egoísmo, e sim porque nosso egoísmo nos leva a oferecer tudo para obter mais ainda! Vivemos nas nuvens com uma felicidade intensa e encantados com nossa ousadia e desprendimento.
Vemos o mundo do alto, nos sentimos no comando e saboreamos o vento em nosso rosto. Poderosos, nada parece capaz de deter-nos.
Vamos fazer uma analogia com as sensações que podem ocorrer ao praticarmos o hipismo. No alto do cavalo nos sentimos maiores, fortes e a condução do cavalo nos leva a acreditar nesse nosso poder. Não é ilusão, realmente incorporamos poderes que não temos sozinhos (e à pé).
Algo, no entanto, pode dar errado. Me lembro de uma expressão, quase em desuso hoje: “cair do cavalo”. Dizia-se em tom maledicente: – “Ahá, ele(a) caiu do cavalo!”. Isso queria dizer que o outro teve um intenso choque emocional: de repente viu-se fraco, sozinho, com a sensação de ter sido enganado e, pior, de ter enganado a si mesmo ao acreditar que era poderoso. Desencanto.
Quando isso acontece podemos nos proteger culpando ao outro (o cavalo), e isso leva ao afastamento e mesmo à ruptura (veja “Ruptura – Quebra da Confiança”); podemos culpar a nós mesmos por termos “entrado de cabeça”. Quando o sentimento de desencanto é forte e nos leva à busca do culpado, é mais frequente a separação e mesmo um esfriamento que nos afasta de outro envolvimento intenso.
Idealmente deveríamos perceber isso apenas como um acidente de percurso e… continuar em frente.
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