Com facilidade podemos ver a relação entre medo e ciúme da mesma forma que temos certeza de que medo não é sinônimo de egoísmo. É muito grande, no entanto, a frequência com que encontramos o medo como semente da formação de um perfil egoísta.
Primeiro uma ressalva importante: ouço muitas pessoas citando seu “egoísmo” com muito sentimento de culpa, como se não devêssemos ser egoístas. Não deve ser assim; precisamos entender que somos todos egoístas, um pouco mais ou um pouco menos.
O egoísmo faz parte do instinto humano (animal) e é importante para a preservação (da espécie, inclusive). Caso a humanidade fosse totalmente altruísta, em tese a nossa evolução estaria comprometida!
Szondi definiu núcleos de tensão, isto é, temos algumas áreas (temas, questões) mal resolvidas e não bem entendidas por nós. Em função disso, ao esbarrarmos nesse núcleo, nossas atitudes, escolhas, decisões, poderão ser “egoístas” ou ao menos egocentradas, o que será bem visível para quem nos observa, mas estará em um nosso ponto cego, isto é, teremos dificuldade de perceber que estaremos agindo dessa forma.
Quero dizer com isso que qualquer pessoa pode ter atitudes exacerbadamente egoístas (ou cegamente egocêntricas) e, no entanto na maioria das situações, ser equilibrada e mesmo altruísta!
É um núcleo de tensão muito grande que gera um perfil tipicamente egoísta e frequentemente a origem desse núcleo é o medo. Então chegamos ao óbvio: se o egoísmo tem sentido importante na autopreservação (e da espécie por consequência), é o medo que o fixa e amplia.
Esse traço pode explicar (em alguns caso) o sucesso de um comerciante, de um empreendedor, as grandes dificuldades de um relacionamento afetivo, o ciúme exacerbado, além de outras inúmeras ocorrências que dificultam o relacionamento harmonioso.
Como resolver essas questão? Ofereça “segurança” à pessoa egoísta com quem você convive. Isso pode ajudar, mas é frequente que o egoísta não “enxergue” sua atitude. Nesse caso é importante uma intervenção externa: É necessário que a própria pessoa admita o problema e, com humildade, assumindo que há “pontos cegos” no comportamento que precisam ser eliminados. Com isso a psicoterapia poderá ajudar.
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