Um pouco mais sobre as diferentes linguagens de homens e mulheres: a revista Veja 2172 trouxe um comentário de uma leitora sobre Bárbara Éden (Jeannie é um Gênio; lembra da série?). Ela diz: “Jeannie era o sonho de todas as meninas daquele tempo! Todas queríamos ser como ela: linda, poderosa e ainda ter um major lindo para atormentar”. Naturalmente o “atormentar” é uma brincadeira, mas que segunda leitura podemos fazer dessa “brincadeira”?
Homens são uns ogros (ou King Kongs antes da animação Shrek), e despertam na mulher o instinto materno (cuidar) o que pode implicar em educar e formar. É clássico o desejo feminino de aperfeiçoar seu namorado, dando no mínimo um banho de loja nele.
O poder de sedução, controle e transformação pode ser exacerbado e ir além do realmente possível, criando situações indesejáveis, passando para algumas absolutamente infelizes e outras, no mínimo trágicas e/ou monstruosas (basta ver as manchetes dos jornais). Um traço exacerbado seja pelos hormônios ou amplificado pela anfepramona (que além dos efeitos colaterais já descritos, vejo frequentemente algo como uma reação semiparanóica, sentimentos de ser enganado, traído, descrito por alguns usuários como sentimento de perseguição) pode levar um relacionamento aos seus extremos e, como costumo dizer, “arrebentar a corda”.
Jeannie é um Gênio mostra a mulher com poderes supranaturais (uma bruxa) que namora um homem comum, mas que, apesar de seus poderes, ela está frequentemente lutando para que ele caia de amores por ela. O filme King Kong, de 1933, teve versões em 1933 (o filho de KK), 1962, 1967, 1976, 1986 e 2005. Porquê tanto sucesso? Um dos motivos é abordar o poder feminino de atrair, seduzir e despertar naquele animal imenso, poderoso e potencialmente destrutivo (o homem?), sentimentos ternos e, principalmente, submetido aos encantos dela (obediente?).
Em 2010 podemos entrever e fantasiar, através do comentário de uma leitora da Veja, um traço feminino que resiste às mudanças sociais. Apesar da propalada igualdade entre os gêneros, defendida pelas mulheres, temos de admitir que a igualdade é de direitos – apenas isso. Somos diferentes e assim seremos por ainda um longo tempo (espero). Precisamos reaprender essas diferenças para podermos lidar com elas de forma consciente (racional) e não inconsciente e puramente emocional, o que significa sem freios; tentativas de suicídio podem surgir através dessa falha assim como alguns assassinatos.
A crise entre os gêneros, que descrevo alguns traços em meu artigo para a Revista Psique 55, permeia grande parte dos relacionamentos atuais. Em sua maioria gera apenas um relacionamento insatisfatório, porém no limite gera separações e mais, infelizmente muito mais.
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